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sábado, 11 de agosto de 2007

Mediação Pedagógica e Conhecimento Escolar

Livaldo Teixeira da Silva
Faculdade Dom Bosco - Cornélio Procópio / PR
Livaldo.lirohboy@gmail.com

        De acordo com a prespectiva da Teoria Histórico-Cultural, o desenvolvimento de cada sujeito ocorre à medida em que ele se apropria do conhecimento acumulado historicamente pela humanidade. Assim, explicamos com deve acontecer a apropriação desse conhecimento (conteúdo), no contexto escolar.
Conforme explica (Sforni, 2003), no texto: Aprendizagem e Desenvolvimento: o Papel da Mediação, apesar de bastante presente no discurso pedagógico o conceito de mediação tem sido utilizado de uma maneira restrita, apenas como sinônimo de ajuda do professor aos alunos na realização de atividades escolares. Diante disso, é necessário analisar o significado que o termo mediação assume na produção de autores da Teoria Histórico-Cultural, captando as implicações desse conceito no ensino do conteúdo escolar, isso implica uma atenção voltada não apenas para a relação professor-aluno, mas, sobretudo, para a relação entre professor-conhecimento-aluno.
       O desenvolvimento humano ocorre pela apropriação da atividade mental presente nos mediadores culturais, a mediação do professor pode ser promotora de desenvolvimento dos estudantes quando os conceitos científicos, que são mediadores culturais; assim a escola e o professor necessitam de ação sistematizada, a mediação inicia desde o planejamento; onde o docente entende que é preciso uma antecipação mental da ação adequada e intencional. Tratando-se do contexto escolar deve a escola e o professor preocupar-se com o Conhecimento do mundo real (ciência), valorização (ética) e simbolização (arte); isto é, acesso à cultura erudita e ao saber sistematizado, que é o conhecimento da linguagem dos números, da natureza e da sociedade; que não ocorre espontaneamente.
Assim:
"Não se trata, pois, de qualquer tipo de saber. Portanto a escola diz respeito ao conhecimento elaborado e não ao conhecimento espontâneo; ao saber sistematizado e não ao saber fragmentado; à cultura erudita e não à cultura popular. Em suma, a escola tem a ver com o problema da ciência. Com efeito, é exatamente o saber metódico, sistematizado. A esse respeito, é ilustrativo o modo como os gregos consideravam essa questão. Em grego temos três palavras referentes ao fenômeno do conhecimento: doxa, Sofia e episteme. Doxa significa opinião, isto é, o saber próprio do senso comum, o conhecimento espontâneo ligado diretamente à experiência cotidiana, um claro escuro, misto de verdade e de erro. Sofia é a sabedoria fundada numa longa experiência da vida. É nesse sentido que se diz que os velhos são sábios e que os jovens devem ouvir seus conselhos. Finalmente, episteme significa ciência, isto é, o conhecimento metódico e sistematizado. Consequentemente, se do ponto de vista da Sofia um velho é sempre mais sábio que um jovem, do ponto de vista da episteme um jovem pode ser mais sábio do que um velho." (SAVIANI, 2005, p. 14-15).
      O estudo das teorias socialistas da educação, nos remete o compromisso político e a competência técnica; portanto o educador deve estar atento a função social da escola, para não ser sucumbido pelos modismos pedagógicos próprio dos tempos pós modernos, numa sociedade capitalista; na qual a escola, a educação poderá estar sendo simplesmente um mercado; e a escola que queremos requer compromisso coletivo.



Referências:
SAVIANI, Dermeval. Pedagogia histórico-crítica: primeiras aproximações. 9 ed., Campinas, Autores Associados, 2005.

SFORNI, Marta S. de Faria, (2003). Aprendizagem conceitual e organização do  ensino: contribuições da teoria da atividade. Tese de doutorado. Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo.